domingo, 23 de maio de 2010

O doce de ser mulher

Me seduza,


excite,

transpasse ...

com esse olhar

vara me,

desvende...

os meus desejos (os verdadeiros)

aconteça os

realize,

por que sou uma dama...

mas sou mulher...

sou alma desejo tesão

sou sentimento, gostar...tesão

sou colo, fera, cadela ...

Amiga, fiel, paixão ...

arde dentro de mim a eterna...

contradição..

ache em mim essa passagem

me provoque

machuque me com teu corpo

Meu cavaleiro,

e tremule em sua lança

meus desejos

mostre a todos ...

montei...

domei...

abra me

vara me

molha me

penetra me

rasge me

decifra me

as minhas fantasias (as escondidas)

as mais estranhas

as mais meladas

as mais cheirosas

as mais doidas

( as mais doídas)

é assim...não estranhe

somente...

realize as

por sou dama ...

mas quero ser ...

puta na cama



Szzaboo

Quero um amor

Não um amor de mesa posta, talheres de prata, toalha de renda, não um amor de terça-feira, água morna, gaveta arrumada. Apaixone-se por mim no meio de uma tarde de chuva, rua alagada, rosas na mão, um amor faminto, urgente, latejante, um amor de carne, sangue e vazantes, um amor inadiável de perder o rumo o prumo e o norte, me ame um amor de morte. Não me dê um amor adestrado que senta, deita, rola e finge de morto, que late, lambe e dorme. Apaixone-se felino, sorrateiramente e assim que eu me distrair, me crave os dentes, as unhas, role comigo e perca-se em mim e seja tão grande a ponto de me deixar perder. Ame minhas curvas, minha vulva, minha carne, me fecunde e se espalhe por meus cantos, meus secretos, meus liquidos. faça me sentir amada, desejada, verdadeira, me faça insana na cama, expulse a dama, ache a outra, desmascare, faça ela gemer" mulher", sentir "mulher" acontecer " mulher", que é cque eu nunca soube o que é ser de alguém, mas preciso q me ensines, que me fales, que me cales..

Ticcia

minhas mãos tremem, as minhas pernas ficam moles

é quando as minhas mãos tremem, as minhas pernas ficam moles e eu tenho certeza de que esse gosto amargo que eu sinto dentro da boca é o néctar da doçura que eu trago no peito. é quando eu sei que já disse todas as coisas de todas as formas, e ainda sinto presas dentro de mim, todas as palavras. é quando meu infinito particular vira licença poética e alça vôo na realidade timbrada com as iniciais dele, exorcizando o que tanto me tesa. é quando a pele morna dele se encosta na minha e só me faz querer um abraço. é quando eu me ajoelho e olho pra cima durante a desesperança e a euforia que ganham força dentro de mim, e eu transito entre o que eu quero e o que eu nunca deixei de querer... é quando minha boca se entreabre, suculenta, e a acidez do vinho branco se mistura com o gosto das sementes todas que ele planta na minha língua em espiral, enquanto me diz - minha! gostosa... só minha! -, e eu gosto. é quando o gemido abafado dele ecoa através dos meus cabelos enrolados nas mãos dele, enquanto me põe em pé e me beija a boca, sussurrando que me ama. é quando as mãos dele, em concha, se encaixam nos meus seios e os acariciam como se fossem germinar ali, sob aquele tato, enquanto os olhos dele me desnudam antes mesmo da nudez escancarada do meu amor atacá-lo. é quando ele se encaixa entre as minhas coxas com a mesma violência com que me prende à parede e me lambe o pescoço com a delicadeza de quem quer traçar um caminho que prolongue o momento... é quando tão atada, tão eriçada, tão encantada, tão controversa no verso em contramão que me atravessa a vulva estou eu, nele, que meu corpo todo é vibração saindo pelos poros. é arrepio. é amor líquido na corrente sanguínea e o corpo dele é fonte explodindo vida no meu ventre sedento. dilata, jorra, pulsa junto com as minhas contrações... é quando bate o meu peito junto ao peito dele de quando em sempre em sonho em suor e rápido em ritmo em arritmia e taquicardia em grude em gozo em festa fast fast fast fast...


cartasdeelise

Fome ...

Fome. fome. A Fome. Fome do pescoço, de um lugar incerto e sem nome entre o queixo e a orelha. De me perder em dedos entre pelos úmidos de um suor macio e quente, num cheiro que mistura maresia, saliva, terra e grandes labaredas. Fome do gosto da língua na língua, entre dentes, nos lábios, ao redor, pelo rosto, que enrosca, enrodilha, provoca, penetra, lambe, toca leve e aflige, e depois é sugada com força. Fome de mãos se apoderando de carne, músculos e consistências diversas, puxando cabelos, marcando a pele em estalos altos, segurando a nuca, sentindo pulsações e temperaturas, sendo desviadas para outra direção e extraindo gemidos espremidos que soltam-se em golfadas. Fome de fundir a matéria em outra, de confundir pernas, braços, carnes, de ser consumida em loucura, em ondas, de despencar do teto do mundo e despedaçar-se em milhões de pedaços plenos em si, ungidos de êxtase e completude.
Fome de não faltar nada.

Quando tu chegas ...

Quando tu chegas, eu me esparramo para esperar que me cubras, como fazem leoas e tigresas e espero que sobre mim recaia o peso de galáxias inteiras e que à minha volta orbitem sóis, planetas em chamas, satélites instáveis. Quando tu chegas, eu deito o corpo, estendo os braços e apascento o peito para acomodar teu rosto entre meus seios e espero ser docemente pisoteada por búfalos selvagens com patas cheirando a almíscar. Quando tu chegas, abro as pernas e te ofereço meu sexo para aplacar tua fome e tua fúria e espero ser imersa em óleo fervente ao som de oboés. Quando tu chegas, eu me ajoelho e te mostro o dorso para tuas unhas rasgarem minhas costas, tuas palmas serem decalcadas em minhas coxas e espero me transformar em um animal de asas e arreios, com lírios cravados nos olhos. Quando tu chegas, estou a tua espera.

De ti ...

Quero de ti somente o que me darias em segredo. Quero teus cabelos entre meus dedos, tua língua em minha boca, teu sal e tua pele. Quero roçar nos teus pelos, te ver saciar os apelos do meu corpo que se despe. Quero tuas mãos em minhas coxas, o suor das tuas costas e o teu olhar de homem abalando minhas certezas. Quero tuas súplicas, tuas pragas, as frases nunca ditas, as taras escondidas, minha carne em tua boca. E quero esquecer que me possuíste, que fui feliz e fui triste e que fui louca.